Na Londres da Segunda Guerra Mundial, George, de nove anos, é evacuado para o campo por sua mãe, Rita, para escapar dos bombardeios. Desafiador e determinado a voltar para sua família, George embarca em uma jornada épica e perigosa de volta para casa enquanto Rita o procura.
Reviews e Crítica sobre Blitz
Nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, Hitler bombardeou a Grã-Bretanha, e o melhor que os moradores locais podiam fazer era se abrigar em túneis subterrâneos e bunkers e esperar pelo melhor. O diretor Steve McQueen transporta seu público de volta àquele tempo aterrorizante, abrindo seu novo filme “Blitz” no meio do ataque. Os bombeiros correm para controlar um incêndio descontrolado, mas a situação parece desesperadora, e mais bombas estão a caminho. Logo, a cena muda para uma série de imagens: um close do que parece ser água em alta velocidade, estática, e então uma tomada silenciosa de narcisos pretos e brancos antes de uma melodia de piano assumir e fazer a transição da história para a casa de nossos protagonistas. É bom ver que McQueen não perdeu seu talento experimental, mas esses momentos oferecem apenas um breve alívio da dura realidade de assistir à guerra da porta de casa.
Rita (Saoirse Ronan), seu pai pianista Gerald (músico Paul Weller) e seu filho precoce de 9 anos George (Elliot Heffernan) vivem em um bairro de classe trabalhadora sitiado por bombas alemãs. Com medo pela segurança do filho, Rita o envia para o campo, mas George, já cansado dos valentões no trem e com saudades de casa, salta da locomotiva e começa uma jornada angustiante para casa. Enquanto isso, Rita está se segurando contra as demandas do trabalho na fábrica, sendo voluntária em um abrigo para seus vizinhos desabrigados e as memórias do tempo muito breve que passou com o pai de George antes que a notícia do desaparecimento de seu filho jogasse seu mundo ainda mais no caos.
Certamente, outros filmes abordaram o Blitz, como “A Vida e Morte do Coronel Blimp”, “Esperança e Glória”, “Desejo e Reparação” e “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, que começa com um grupo de irmãos indo para o interior em busca de segurança. Mas o Blitz aqui não é uma coda passageira, uma ameaça invisível ou uma sequência rápida de eventos. O filme de McQueen é muito sobre a provação de sobreviver dia após dia ao terror, à morte e à destruição. Hans Zimmer pontua esses eventos com notas dissonantes e chocantes que soam vagamente eletrônicas e metálicas, como se os sons estivessem ricocheteando em trens e bombas. A história de George parece moldada por uma mistura de “Oliver Twist” e “Império do Sol”, onde um jovem é forçado a crescer rápido diante de situações impossíveis. Ele navega pela morte, pelo perigo e pelo confuso sistema de ônibus com uma solenidade determinada, sempre se mantendo vigilante caso as autoridades tentem colocá-lo de volta em um trem para o campo. Como George, Heffernan entrega uma performance maravilhosa que é rica e variada, brincalhona e curiosa, mas corajosa e estoica. Há perigo em quase todas as curvas do caminho de George para casa, e o filme mantém as apostas altas até pouco antes dos créditos rolarem. A história segue sua experiência tão de perto quanto sua mãe, Rita, e todos os seus problemas de adulta.
Como Rita, Ronan se destaca em cada cena graças à sua performance estelar como uma mãe preocupada que não mede esforços para fazer o que é certo pelo filho, à direção de McQueen, ao diretor de fotografia Yorick Le Saux e às equipes de produção que coordenaram meticulosamente as cores dos cenários, figurinos e maquiagem para chamar nossa atenção para ela. Le Saux, cujos créditos anteriores incluem “Adoráveis Mulheres”, “High Life” e “Only Lovers Left Alive”, atinge esse tom suntuoso na iluminação, dando vida às cores ricas e aos detalhes de época, como o brilho escuro da madeira de um salão de dança lotado, o mar de blues de fábrica e fileiras infinitas de paredes de tijolos marrons. O batom escarlate e o casaco de Rita aparecem dramaticamente no foco do filme, não muito diferente do pequeno casaco vermelho em “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg. A câmera usa muitos close-ups para melhorar as experiências dos personagens, como ver a lama nos sapatos de George depois que ele viajou por horas ou quando os colegas de trabalho de Rita desenham linhas finas para parecerem mais sofisticados para os rapazes no bar. A cena mais emocionante do filme é a cena de dança apaixonada em um pequeno clube onde o pai de Rita e George festeja. Como McQueen fez em “Lovers Rock”, ele mais uma vez captura a experiência inebriante de corpo inteiro de uma boa rodada de dança, e é um prazer assistir mesmo quando cercado por eventos terríveis. Esses detalhes não estão relacionados à história, mas eles ancoram o público no tempo, nas emoções e no cenário de seus personagens.
Escrito e dirigido por McQueen, “Blitz” explora mais do que as tensões emocionais e físicas da época. Ele também revela os preconceitos raciais na Grã-Bretanha na época, um tema que ele também examinou em sua impressionante série “Small Axe”. Como um jovem garoto birracial, George é impiedosamente provocado por valentões brancos porque ele parece diferente. Anos antes, seu pai foi atacado na rua, preso e deportado de volta para Granada. Quando George conhece um simpático soldado nigeriano chamado Ife (Benjamin Clémentine), ele diz ao soldado que não é negro, e somente depois de ver Ife se posicionar por outras comunidades marginalizadas em um abrigo ele muda sua resposta e abraça sua identidade negra. A representação cinematográfica da experiência negra britânica nesta era é quase inexistente, e se torna uma das linhas melódicas da história, mesmo que pareça um pouco irregular às vezes. Alguns dos escritos de McQueen erram no lado pesado ou desajeitado, o que está em desacordo com o estilo do contador de histórias visual disciplinado. O discurso desajeitado de Ife sobre Hitler dividindo as pessoas ou a comparação de outro homem do socialismo com o cristianismo, embora emocionante, carece da sutileza da direção de McQueen.
Apesar desses problemas, “Blitz” é um drama histórico de cair o queixo, intensamente conduzido pelas histórias de seus personagens. Há sempre uma sensação de pavor no ar, espessa como uma névoa de Londres. Nenhum momento está a salvo dos lamentos assustadores das sirenes de ataque aéreo. Festas, jantares e hora de dormir são frequentemente interrompidos por ameaças de morte vindas de cima. No entanto, a vida continua. Rita retorna ao seu trabalho na fábrica, Gerald ouve rádio e George brinca com seu gato até que sua rotina seja interrompida. O filme não é apenas uma peça de época brilhante; é uma história emocional sobre a resiliência humana, uma que infelizmente ainda é muito familiar quase um século depois.
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