No século 19, Lizzy Macklin (Caitlin Gerard) é uma mulher que acaba de se mudar para a fronteira dos Estados Unidos com seu marido. Quando uma presença maligna começa a se fazer presente em sua vida, ela passa a ser infestada por paranoia e gradualmente é levada a loucura.
Reviews e Crítica sobre Terra Assombrada
“The Wind” mistura o cinema de terror com o estilo “spaghetti western” e rouba alguns elementos do terror folk. Embora esta combinação possa parecer estranha, neste filme elas são muito satisfatórias. Um dos muitos pontos a favor deste filme é a sua riqueza e estética cinematográfica e esta combinação de estilos é fundamental para isso. Tanto a bela cinematografia quanto a dissonante música de fundo criam uma sensação de solidão e terror que desempenha um papel muito importante no desenvolvimento da trama.
A cena de abertura de “The Wind” começa em um tom bem agudo e sombrio. Se você for observador ou não for a primeira vez que vê o filme, poderá notar muita simbologia nesta cena que dá o tom do que será parte do problema do restante da história. Essa cena é muito poderosa e faz um bom trabalho em colocar o espectador em alerta desde o primeiro minuto e interessá-lo pelo que leva até esse momento. Após essa cena a tensão cai consideravelmente e vira um estudo de personagem sobre a protagonista Elizabeth (Lizzy).
Neste estudo de personagem temos a história vista pela perspectiva de Lizzy. A questão principal gira em torno da solidão nas pradarias do oeste dos Estados Unidos no século XIX e como as pessoas que vivem nesses locais podem se adaptar a um estilo de vida solitário e hostil. O interessante de tudo isso é que a história é apresentada por um narrador pouco confiável, já que é vista pela perspectiva de Lizzy, e sempre há a dúvida se o que ela está vendo é real ou se é fruto de sua imaginação. A outra parte interessante é que o filme não é contado de forma cronológica ou linear, mas sim salta muito entre os períodos de tempo sem avisar.
Normalmente não sou fã desses tipos de filmes que passam para diferentes períodos de tempo sem avisar. Isso pode ser extremamente confuso e prejudicar a forma como o espectador entende a história. Esse problema também ocorre em “O Vento”, onde demorei muito para entender as pistas visuais que indicam em que período elas se encontram. Devido à forma como o espectador entende o enredo, este filme se esforça para manter o espectador em uma luta constante para decidir se o que está acontecendo é real ou não, e esses saltos de período ajudam a fomentar esse sentimento de confusão e debate mental.
Como já referi, uma das coisas que mais se destaca neste filme é a fotografia. A diretora Emma Tammi (“Fair Chase”) presta muita atenção aos detalhes e dá para perceber que todo o filme foi montado com muito cuidado. A forma como as cenas são apresentadas é esteticamente impressionante e cheia de simbolismo, tanto que uma única visualização do filme não consegue apreciá-lo plenamente. Muitas destas tomadas transmitem a mensagem da solidão vivida neste local e as performances corroboram os efeitos que esta tem nas pessoas. O elenco composto por Caitlin Gerard (“Insidious: The Last Key”), Julia Goldani Telles (“Slender Man”), Ashley Zukerman (“The Pacific”) e Dylan McTee (“Roswell, New Mexico”) faz um trabalho impressionante em carry essa mensagem, em especial Gerard, que interpreta Lizzy e é quem mais aparece na tela e tem a responsabilidade de despertar o interesse do espectador por ela, além de manter a ambiguidade entre acontecimentos sobrenaturais ou psicológicos.
“The Wind” conseguiu captar a minha atenção desde o início e mesmo nas partes mais lentas manteve-me interessado graças à sua fotografia e performances requintadas. Embora se desenvolva lentamente, começa a ganhar mais significado e movimento no meio do filme e é extremamente gratificante por esse desenvolvimento gradual. É preciso muita atenção do espectador para entender o que está acontecendo e ver uma vez não é suficiente para juntar todas as peças do quebra-cabeça da história que Teresa Sutherland (“A Órfã”) apresenta, mas vale a pena. Quanto mais penso no filme, mais gosto dele e mais quero vê-lo novamente. Da minha parte, é altamente recomendado, principalmente para quem gosta de filmes que desenvolvam a fundo os personagens, suas situações e seu entorno.
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